Empresas da região de Sorocaba investem na reciclagem de resíduos

Do G1 Sorocaba e Jundiaí, 05/06/2015

Coletas são feitas e armazenadas na unidade da empresa de Votorantim
 (Foto: Divulgação)

Empresas da região de Sorocaba (SP) estão investindo há anos em reciclagem de poluentes e, com isso, conseguiram aliar a produtividade com a sustentabilidade. Este é o caso de uma empresa de Votorantim que só em 2015 conseguiu coletar, aproximadamente, 2,3 milhões de bitucas de cigarros para transformar em massa celulósica (papel).

Segundo o diretor da empresa, Marcos Poiato, desde 2001, quando as atividades foram iniciadas, o volume total chega a mais de 10 milhões de bitucas. Todo esse material é processado por meio de uma tecnologia 100% nacional e inovadora desenvolvida pela Universidade de Brasília (UnB) e transformado em massa celulósica que poderá ser utilizada em artigos de papelaria (blocos, capas de caderno, envelopes, caixas de presente, entre outros) e também para qualquer outro tipo de produto que utiliza papel como matéria prima.

Poiato explica que o negócio surgiu após a implementação da Lei Antifumo. “Observamos que ao retirar as pessoas dos ambientes internos ficou evidenciado o aumento considerado de resíduos de cigarro (lixo tóxico) nos ambientes externos (ruas e calçadas). Foi então que surgiu a oportunidade de criar um negócio voltado para esse segmento”, explica.

De acordo com Poiato, a conscientização do meio ambiente é trabalhada durante o todo ano por meio de atividades educativas. Por isso, as ações não acontecem somente no Dia Mundial do Meio Ambiente, comemorado nesta sexta-feira (5) e que, normalmente, faz as pessoas relembrarem o assunto. "Participamos de campanhas internas sobre os impactos sócio-ambientais, além de presença constante em palestras, congressos, seminários, entre outros".

Ainda de acordo com o diretor, o material é coletado e levado para a unidade, onde fica armazenado até o processamento. O volume fica em caixas coletoras distribuídas em vários pontos das cidades de Votorantim, Sorocaba, entre outras da região.

Quase novo

Em Tapiraí (SP), no meio da Mata Atlântica, existe uma empresa que faz a reciclagem de óleo lubrificante. Estima-se que uma gota do produto pode contaminar 100 litros de água.

O diretor, David Siqueira de Andrade, explica que o resíduo passa por um processo químico, chamado de rerrefino e faz com que o óleo volte a ficar quase como novo. “Esse material é derivado do petróleo e, por esta razão, pode ter seus dias contados. Além de atendermos uma lei do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) específica para controlar isso, também retiramos do meio ambiente esse produto que pode ser altamente contaminante”, completa.

Os números ilustram bem esse trabalho realizado. Até o final de 2014, 418 milhões de litros de emulsão - água mais óleo - foram tratados pela empresa e enviados para estações de tratamento. Em 2014, foram contabilizados 13 milhões de quilos de resíduos sólidos que foram destinados ao co-processamento (tecnologia que consiste na utilização de resíduos industriais usados na fabricação do cimento).

A empresa recolhe o óleo e os produtos que tiveram contato com ele em locais como: postos de combustíveis, oficinas mecânicas e indústrias. “Coletamos em vários pontos do estado. E, para realizar, este serviço temos um cuidado especial desde o início até a chegada em segurança de todo esse material”, finaliza Andrade.