segunda-feira, 14 de julho de 2014

FALTA DE CHUVA AFETA MAIS SOROCABA E ITU

Notícia publicada na edição de 12/07/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 004 do caderno A, André Moraes

Os dois municípios, entre 18 da região, têm mananciais de abastecimento em situação mais preocupante
 
Dentre 18 cidades da região, apenas Sorocaba e Itu apresentam problemas de abastecimento de água, por conta da falta de chuvas ao longo deste ano. As concessionárias e empresas públicas que atuam nos municípios da área de cobertura do jornal Cruzeiro do Sul relatam que, apesar dos mananciais que abastecem a população desses locais apresentarem níveis mais baixos do que o esperado para essa época do ano, ainda não houve necessidade de aplicar rodízios ou desabastecimento em algumas regiões, como já ocorre em alguns bairros sorocabanos e na região central ituana. Porém, os órgãos públicos pedem o apoio da população, já que se a estiagem continuar nos próximos meses, a situação dos rios, córregos e represas que abastecem a região pode piorar.

Em Itu, onde os moradores do Centro da cidade já enfrentam um rodízio desde fevereiro, quando os reservatórios da cidade estavam operando com 10% da capacidade (hoje o índice está em 4%), uma nova medida foi adotada nesta semana pela concessionária Águas de Itu, para tentar minimizar o problema, por determinação da Prefeitura. Foi iniciado um pedido de licença para a realização de obras de captação nos ribeirões Pau D"Alho e Putribu de Baixo (Mombaça), de onde as águas não serviam a população ituana. As obras serão realizadas em caráter emergencial, com duração de 100 dias, devendo ampliar em 62% a capacidade de água na rede de abastecimento do Centro. A previsão é captar mais 250 litros por segundo, que serão destinados ao sistema da Estação de Tratamento de Água (ETA) I, responsável pelo fornecimento na área central. "Com essa atitude, a Águas de Itu espera amenizar os impactos causados devido à estiagem", declara a concessionária.


Sorocaba 

Em Sorocaba, desde o dia 7 os moradores dos bairros Éden, Cajuru, Aparecidinha e Iporanga começaram a receber água em horários alternados. Essa medida foi adotada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) a partir da percepção de que a represa do Ferraz, que abastece aquela região, chegou a um nível crítica, com média de 50 centímetros, quando o normal seria de 2 metros de profundidade. A autarquia relata que esse rodízio foi tomado em caráter emergencial e temporário, devendo ser interrompido assim que o sistema voltar a ficar equilibrado.

Quanto aos outros dois mananciais que abastecem a cidade, a represa de Itupararanga e o Ipaneminha, o Saae revela que apresentam níveis abaixo da média. Especificamente sobre Itupararanga, que abastece 60% da cidade, o Saae diz que conforme relatado pela empresa responsável por sua operação, a Votorantim Energia, o volume de água para abastecimento público está garantida. "Motivo pelo qual a autarquia continua captando todo o volume a que tem direito, de acordo com outorga do Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado (Daee)", ressalta o Saae. 

Situação normal 

Nas cidades Alumínio, Boituva, Capela do Alto, Ibiúna, Iperó, Piedade, Salto de Pirapora, São Roque e Tatuí, onde o abastecimento de água é operado pela unidade do Médio Tietê da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), não há riscos de serem adotadas medidas como rodízios de fornecimento do líquido. Segundo a Sabesp, os mananciais que atendem essas cidades, e mais 26 cidades, encontram-se com queda na vazão devido à falta de chuvas, porém sem demonstrar riscos à população. Mesmo assim a Sabesp pede a contribuição da população, evitando excessos e desperdícios.

O mesmo ocorre em Itapetininga, Pilar do Sul e São Miguel Arcanjo, onde opera a unidade do Alto do Paranapanema da Sabesp. Já em Sarapuí a situação é melhor, já que por lá o abastecimento é feito por poços, que não apresentam redução em seus níveis. 

Em Votorantim, a situação é estável. Os mananciais que atendem os munícipes, o rio Sorocaba e ribeirão Ipaneminha, ainda não atingiram níveis preocupantes, segundo a Águas de Votorantim. O mesmo ocorre em Araçoiaba da Serra, que é atendida pelo rio Pirapora. "Embora ele esteja com nível significativamente abaixo do esperado para esta época do ano, o volume de captação necessário para abastecer a cidade ainda não foi prejudicado", assegura a concessionária Águas de Araçoiaba, que faz parte do mesmo grupo da de Votorantim. As concessionárias afirma que a cada dia sem chuvas, os níveis dos mananciais ficam mais comprometidos. 

Em Mairinque ainda não foi adotada nenhuma medida de racionamento de água. Mas a Saneaqua se preocupa com os níveis dos mananciais que atendem a cidade, que estão diminuindo por conta da estiagem. A represa de Itupararanga, no local onde a concessionária realiza a captação, o nível está bem abaixo de sua capacidade, o que se repete na represa do Carvalhal, de acordo com a Saneaqua. "Caso as chuvas não ocorram, a Saneaqua dependerá também do apoio da população, para o uso consciente, evitando desperdícios e combatendo vazamentos", ressalta.

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