domingo, 21 de abril de 2019

Volume de cianobactérias na represa de Itupararanga é duas vezes acima do limite

Publicado no site www.jornalcruzeiro.com.br em 07/04/2019

Estudo foi feito pela Cesteb e tem como base dados de 2017. Monitoramento é feito em dois pontos

Volume de cianobactérias na represa de Itupararanga é duas vezes acima do limite

No relatório Qualidade das Águas Interiores, produzido pela Cetesb em 2017, consta que a presença de cianobactérias na represa de Itupararanga, em dois pontos monitorados, estava acima do limite estabelecido pela resolução 357/05 do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama), órgão do Ministério do Meio Ambiente (MMA). Os locais de análise são os chamados SOIT 02100 (ao lado esquerdo da Praia do Escritório, em frente a uma ilha, em Ibiúna) e SOIT 02900 (próximo à barragem, na estrada que liga Ibiúna a Votorantim).
Na edição de ontem o Cruzeiro do Sul mostrou que a ocupação agrícola nas margens da represa aumento em 90% em um período de seis anos. As cianobactérias são consequência do processo chamado de eutrofização, resultado do uso indiscriminado de fertilizantes e pela falta de saneamento básico de qualidade. Elas, que também são conhecidas por algas azuis, aumentam devido ao crescimento da concentração de nitrogênio e fósforo na represa. A situação, se não controlada, pode encarecer o tratamento da água ou até impossibilitá-lo em um futuro próximo.
O documento esclarece que o limite estabelecido pelo Conama é de 50 mil células por mililitro de água. O estudo aponta que o valor foi ultrapassado em todos os meses analisados, mas que os maiores registros são de janeiro de 2017. No ponto SOIT 02100, o número chegou a 92.590 céls/mL. O SOIT 02900 estava ainda mais preocupante, com 142.930 céls/mL.
Diante dos fatos, o Cruzeiro do Sul questionou o Conama, entre outras coisas, se era possível considerar os números preocupantes; se o órgão também era responsável por fiscalizar e autuar irregularidades em APAs espalhadas pelo Brasil; e se o órgão tem conhecimento a respeito da situação atual da APA Itupararanga. O Conama, entretanto, respondeu que “sugerimos procurar o órgão ambiental local a quem cabe a fiscalização da área sob jurisdição estadual” — no caso, a Cetesb, que já não havia respondido outras perguntas enviadas. (Esdras Felipe Pereira)

Nenhum comentário:

Postar um comentário