Ana Cláudia Martins – ana.martins@jornalcruzeiro.com.br
Sorocaba completa nesta quarta-feira (11) 27 dias sem chuva significativa, e apesar de uma frente fria ter provocado mudança na temperatura e ter trazido frio para os sorocabanos, não há previsão de chover na cidade nos próximos dias. Para hoje, segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a previsão é de mais frio, com a temperatura mínima de 7ºC e máxima de 18ºC. A falta de chuva também já traz preocupação para o Serviço Autônomo de Água e Esgoto de Sorocaba (Saae-Sorocaba), que pede à população para intensificar o combate ao desperdício de água, e assim evitar a necessidade de medidas mais incômodas nos próximos meses para o enfrentamento da estiagem.
A Votorantim Energia, administradora da Usina Hidrelétrica de Itupararanga, afirma que o reservatório da represa opera com 45,96% do volume útil, e que as operações estão direcionadas para garantir o abastecimento de água em Sorocaba e em Votorantim, além da vazão sanitária do rio Sorocaba. A represa de Itupararanga é responsável por 80% da água que abastece Sorocaba.
Meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Neide Oliveira explica que apesar de ter chovido fraco e em pontos isolados da cidade na noite de segunda-feira (9), Sorocaba não tem chuva significativa desde o dia 14 de junho. Ela lembra que a chegada de uma frente fria provocou queda nas temperaturas mas sem previsão de chuvas. “Choveu apenas 0,6 mm na noite de segunda na cidade, o que é praticamente nada. O mês de julho vai continuar bastante seco e com chuva abaixo da média para o período, cuja previsão é entre 50 a 60 mm.” Neide afirma que em julho do ano passado também não choveu praticamente nada em Sorocaba.
Segundo Neide, em junho todo choveu 206 mm em Sorocaba, o que não é considerado normal para a época. “Esse volume total de chuva ocorreu em apenas quatro dias. Já em junho do ano passado, choveu em Sorocaba praticamente o mesmo, ou seja, 204 mm no total, e em julho de 2017 praticamente zero”, aponta Neide. De acordo com ela, a estiagem atual se dá devido aos bloqueios atmosféricos, que impedem que sistemas meteorológicos avancem para o Estado.
Já a Defesa Civil de Sorocaba, órgão ligado à Secretaria de Segurança (Sesdec) da Prefeitura, afirma que junho de 2018 foram registrados 36 mm de chuva, volume bem abaixo do esperado, ou seja, 168 mm a menos que o mesmo mês do ano anterior, onde foram registrados 204 mm de chuva. “A previsão de chuva para este mês de julho também será abaixo da média (22,0 mm), quando deveria ser de 55,7 mm.”
Por conta da estiagem que atinge Sorocaba, o Saae iniciou uma manobra para preservar os níveis das represas que servem a região do Éden. “Neste momento está descartado o risco do desabastecimento ou a necessidade de fazer racionamento. Porém, há o temor que medidas restritivas possam a vir ser adotadas, caso volte a fazer calor durante os dias de inverno e não haja chuva o suficiente”, alerta o órgão em comunicado publicado no site da Prefeitura.
O diretor-geral do Saae, Ronald Pereira da Silva, afirma que há água suficiente para abastecer toda a cidade, mas que se não chover nos próximos meses, “a situação pode se agravar na região do Éden”.
Para preservar a represa Castelinho, que abastece a represa do Ferraz, ambos mananciais da ETA do Éden, há um mês o Saae adota a manobra, durante o período noturno, de enviar a água produzida na ETA do Cerrado para os reservatórios que abastecem os imóveis da região do Éden, preservando assim os níveis dos mananciais do local.
Segundo o diretor de Produção do Saae, Reginaldo Schiavi, ontem a represa da Castelinho, que armazena a água enviada para a represa do Ferraz, estava com 70% de sua capacidade de armazenamento. A represa do Ferraz, cuja função é mais a de alimentar a captação da ETA do Éden, está com 40% de sua capacidade.
Represa do Clemente
Na represa do Clemente a situação é cômoda. Nela é captada a água da Itupararanga, principal manancial que abastece Sorocaba e o nível é sempre estável, independente da estiagem, já que existe o compromisso da Votorantim Energia em sempre destinar água da represa de Itupararanga em quantidade suficiente para manter a uniformidade do nível.
A represa do Clemente e a Ipaneminha abastecem a ETA do Cerrado. Na segunda-feira, a Ipaneminha estava em cerca de 90% da sua capacidade. O reservatório da Ipaneminha apenas é usado em momentos de alto consumo da água produzida pela ETA do Cerrado.
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