domingo, 11 de maio de 2014

QUALIDADE DAS ÁGUAS DE ITUPARARANGA É A MELHOR NOS ÚLTIMOS CINCO ANOS

Notícia publicada na edição de 11/05/14 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 005 do caderno A, André Moraes

Manancial obteve a nota 60, que é a mais alta registrada desde 2008 

A represa já apresentou índices considerados 
ótimos, registrados em 2002, com 88 pontos; 2003, 
com 86, e, em 2004, com 82 - ERICK PINHEIRO

A qualidade das águas da represa de Itupararanga é a melhor dos últimos cinco anos. Segundo o relatório divulgado nesta semana pela Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), o Índice de Qualidade das Águas para Fins de Abastecimento Público (IAP) do manancial obteve a nota 60, que é a mais alta registrada desde 2008, quando a Cetesb deu a pontuação de 65. Apesar de mostrar um resultado positivo, especialistas do setor alertam para o fato de que atividades agrícolas, imobiliárias e a falta de saneamento nas cidades que compõem a Área de Proteção Ambiental (APA) de Itupararanga ainda colocam em risco a manutenção da qualidade das águas da reserva hídrica.

O estudo que avalia a qualidade das águas superficiais do Estado de São Paulo deste ano demonstra que as águas da represa de Itupararanga voltaram a ser consideradas boas, depois de passar por dois anos na classificação tida como regular. Em 2012, o IAP do manancial foi de 48 e, em 2011, foi de 37, sendo considerado o pior já registrado pela Cetesb. A classificação tem como base uma tabela com cinco categorias: ótima (de 100 a 79 IAP), boa (de 79 a 51 IAP), regular (de 51 a 36 IAP), ruim (de 36 a 19) e péssima (de 19 a zero). A represa já apresentou índices considerados ótimos, registrados em 2002, com 88 pontos; 2003, com 86, e, em 2004, com 82.

O IAP é o produto da ponderação de dois resultados. Um deles é o Índice de Qualidade de Águas (IQA), que analisa a temperatura, o pH, o oxigênio dissolvido, a demanda bioquímica de oxigênio (DBO), os coliformes termotolerantes, nitrogênio, fósforo, resíduos e turbidez. O outro é o Índice de Substâncias Tóxicas e Organolépticas (Isto), usado para analisar a presença de ferro dissolvido, manganês, alumínio, cobre e zinco.

Bactérias
 
Segundo aponta a pesquisa, a contagem de células de cianobactérias, que se proliferam a partir dos níveis de fósforo e nitrogênio encontrados na água da represa, e são responsáveis pela existência de algas nocivas no local, diminuiu significativamente entre 2012 e 2013. Porém, a Cetesb ressalta que ainda é encontrada, de forma bastante frequente, uma espécie de cianobactéria que é considerada potencialmente tóxica, o que pode comprometer a qualidade das águas.

Outro fator que chama a atenção é que os principais afluentes de Itupararanga não tiveram índices tão bons, na questão da qualidade das águas. As médias obtidas nos pontos de medição da qualidade do rio Sorocaba ficaram entre 39 e 66, ou seja, entre regular e boa. Pirajibu atingiu 36, considerado como ruim. O rio Una foi considerado como regular, com IAQ de 48. Sorocamirim foi 65, considerado bom.

Ainda merece atenção
 
O diretor da agência da Cetesb em Sorocaba, Sétimo Marangon, considera que os resultados obtidos no relatório de 2013 demonstram um bom sinal. Porém, evita comemorá-los, já que a situação da represa de Itupararanga ainda merece atenção. "Esse número de 2013 representa uma melhora significativa, mas ainda precisamos tomar cuidado, porque precisamos melhorar o nível de tratamento de esgoto nas cidades que rodeiam a represa", afirma.

Segundo Marangon, os problemas principais se concentram em Vargem Grande, Ibiúna e Cotia, que ainda não fazem o tratamento de parcela significativa do esgoto gerado por seus munícipes. "Elas precisam se concentrar num tratamento terciário do esgoto, que seria a remoção das fossas. Temos feito uma série de aumentos nas fiscalizações nessas regiões, mas ainda há muito que se fazer em Itupararanga", argumenta.

A diretora da entidade SOS Itupararanga, Viviane de Oliveira, que realiza estudos sobre a situação da represa, aponta que a falta de saneamento na região que compõe a APA de Itupararanga ainda é o grande complicador da melhora na qualidade das águas. "Há investimentos na área, mas ainda não são suficientes", diz.

Índice de Qualidade das Águas para Fins de Abastecimento Público da represa de Itupararanga

Ano - Pontuação

2013 - 60
2012 - 48
2011 - 37
2010 - 53
2009 - 51
2008 - 65
2007 - 65
2006 - 76
2005 - 61
2004 - 82
2003 - 86
2002 - 88

Fonte: Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb)

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