sábado, 23 de fevereiro de 2013

Mau cheiro na ETE do Jardim Novo Mundo causa incômodo

Notícia publicada na edição de 22/02/2013 do Jornal Cruzeiro do Sul, na página 012 do caderno A

Abner Laurindo
O mau cheiro exalado da Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) do Jardim Novo Mundo, em Votorantim, tem causado enjoo, ânsia de vômito e dor de cabeça em vários moradores, principalmente nas crianças. O odor invade as casas, que causa desconforto nas pessoas e que ficam indispostas até de fazerem as refeições. A situação vivida por vizinhos da ETE já foi tema de reportagens do jornal Cruzeiro do Sul nos últimos anos. 
A concessionária Águas de Votorantim, responsável pelo tratamento de esgoto da cidade, respondeu que técnicos vão verificar os motivos do odor sentido pelos moradores do lugar. Segundo a empresa, o mau cheiro do lodo deveria sumir "durante o tratamento biológico que remove a matéria do efluente bruto através do metabolismo das bactérias no reator". Nesse sistema, o tratamento biológico do lodo é ativado por "batelada intermitente" e a oxigenação nos tanques ocorre por meio de aeradores mecânicos flutuantes. 
Para a dona de casa Lioneide Progenes, 25 anos, a convivência com o odor está insuportável. Ela mora a menos de cem metros da estação de tratamento e disse que todos os dias seus quatro filhos pequenos reclamam do cheiro. "Em dias de sol quente não dá para comer dentro de casa. O cheiro de podre invade a cozinha, a sala, o quarto. Não tem local que ele não se alastre. A gente não pode nem sentar no quintal em noites quentes porque corremos o risco de sermos sufocados", lamenta Lioneide. 
O vizinho da dona de casa, o ajudante geral Aparecido Domingos da Silva, 50, confirma os problemas pelo odor forte. Ele conta que o problema é antigo e que inclusive já trabalhou na estação de tratamento de esgoto. Acredita que falta manutenção das máquinas para o cheiro ficar tão acentuado nos últimos meses. "O cheiro é absurdo até quando chove. Não some de maneira alguma", reclama. 

Transferência do lodo 
Em julho do ano passado o diretor da concessionária Águas de Votorantim, João Luiz Siqueira Queiroz, informou ao Cruzeiro do Sul que deixaria de tratar o lodo na ETE do Novo Mundo porque o cheiro era resultado do processo do leito de secagem - um processo simples de desidratação do lodo, onde se reduz a umidade do material por meio de drenagem e evaporação do líquido. Queiroz disse na ocasião que o lodo seria transportado para ser centrifugado na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Guimarães. Mas isso ainda não está sendo feito. 
De acordo com a empresa, por meio de sua assessoria de impresa, a transferência ainda não ocorreu porque o corpo técnico estuda a melhor solução para a secagem e descarte do lodo. Informou também que o trabalho de retirada do material orgânico dos leitos de secagem já começaram, porém a continuidade do serviço aguarda o final do período de chuvas. A concessionária explicou ainda que os leitos de secagem, apesar de estarem sendo reformados, continuam recebendo o excesso de lodo decorrente do crescimento biológico, que é espessado e desidratado.

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